sexta-feira, 19 de junho de 2015

Senta que lá vem história

Ontem eu nem tive tempo de postar. Passei o dia correndo. Até estive na Câmara de Vereadores - e uma hora escrevo sobre as gordices que rolam lá nos bastidores, HO! Mas à noite, que é a melhor hora de escrever aqui, sai para JANTAR com o boy magia, kkkkk. Aliás, jantar que vai render um Gastronomia no JL, então, aguardem. Mas estávamos conversando sobre comida - é batata, você tá numa mesa para almoçar ou jantar e o papo é invariavelmente comida (outras, claro) - e eu contei a história do bucheiro de Pirajuí..... Peraí, como assim você não conhece o bucheiro de Pirajuí? Então senta que lá vem história. Eu adoro todo tipo de comida. Menos miúdos. Bucho, rabo, língua, mocotó, essas coisas. Mal e mal suporto fígado, se for feito por outra pessoa e estiver bem fritinho, com bastante limão. Isso vem da minha infância, numa cidadezinha lá do interiorrrrrrr de São Paulo. Na época, não existia todas essas coisas de Vigilância Sanitária, inspeção, selo de garantia, origem, etc. O matadouro da cidade comprava os bois dos fazendeiros próximos e - como diz o nome - matava os bichos e entregava para os açougues da região. Bom, tinha um cara, com um carrocinha frigorífica puxada por um cavalinho, que pegava os miúdos e saia vendendo pela cidade. Acho que era exclusividade dele, porque meu pai só comprava bucho quando ele passava gritando "Bucheeeeroooo!" O cara andava pela cidade inteira, rua por rua. E eu, lá na escola, ouvia ele passar gritando e já sabia: meu pai tinha comprado. Quando eu chegava em casa, sentia o cheiro do trem. Minha mãe não suportava o troço mas fazia para agradar o seu Aido. E eu e meu irmão ficávamos desconsolados. Sabíamos que se fossemos buscar abrigo na casa das tias, atrás um prato de comida, teríamos bucho. O jeito, naquele dia, era ir para a lanchonete do meu pai e comer salgados. Tá, quem conheceu os salgados do Suco 13, na época do seu Aido, vai dizer que não seria sacrifício. Tá, mas como eu já disse, tudo que é demais enjoa. E, na época, a gente tinha enjoado de coxinha, kkkkk. Passou-se o tempo, começaram as exigências sanitárias e o bucheiro nunca mais foi visto pelas ruas de Pirajuí. Bom, pelo menos, eu nunca mais o vi, graças. Mas até hoje, tenho pesadelos gastronômicos com ele. Volta e meia, ele aparece - sem rosto - nos meus sonhos gritando "Bucheeeeroooooo". Irrrrrrrrrrrrrc! E eu acordo assustada. HO!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sim, eu sei que é chato moderação de comentários. Porém, já tive experiências com outros blogs e tem gente muuuuito desagradável no mundo. Então, sorry. Liberarei o seu comentário o mais rápido possível.